A visão europocêntrica da História dada nos bancos escolares brasileiros não reflete a nossa diversidade histórica e cultural. É um crime não permitir que uma sociedade multicultural e plural na sua etnicidade só tenha que conhecer apenas a história dos "vitoriosos" europeus versus a subserviência dos "derrotados" de matriz indígena e africana. Eu, como historiador e professor de História abomino isso e sempre dou História da África e dos Povos indígenas Pré-Colombianos nas minhas aulas. Essa postura se reflete como respeito à nossa pluralidade, afinal somos na essência alemãolusonholnegroindioriental ao mesmo tempo.
O Brasil já tinha uma identidade nacional no Período Pombalino, que se reforça no Período Joanino, com as medidas que avigoraram a autonomia econômica e política por D. João VI, como a criação do Banco do Brasil. Ademais, isso não descaracteriza o desejo de ruptura desse paradigma histórico-didático de ser europocentrizar o ensino da História. Isso não tem nada a ver com o momento em que o país se tornou mestiço de fato. Um exemplo: os EUA, país bem menos mestiçado que o nosso, valoriza muito mais, mesmo que com certo desdém, a história da participação dos negros no processo político e social do país, no ensino da História deles. Talvez seja por isso que os negros de lá tem um nível de conscientização maior do que os nossos, pois os de lá se enxergam na história do seu país e ganham uma identidade importante para conquistar tudo o que eles buscaram, vide o atual presidente. Os nossos negros ainda se enxergam como inferiores, porque a nossa própria escola ensina isso para eles, nas aulas de História.
Nenhum comentário:
Postar um comentário