terça-feira, 24 de agosto de 2010

A MINHA SÍNTESE SOBRE A REPORTAGEM "FLERTE PERIGOSO" DA REVISTA NOVA ESCOLA!

Na atual conjuntura vivemos numa sociedade em que é demasiadamente necessário o exercício do diálogo. Essa afirmativa procede partindo do pressuposto de que os valores contemporâneos estão muito defasados, em especial, no tocante à realidade em que os nossos jovens vivem. A romantização propagada pela mídia brasileira em favor das drogas lícitas (cigarro e álcool) serve como justificativa para os jovens abusarem do seu consumo. Vemos também, formadores de opinião natos como artistas, desportistas, intelectuais e até educadores, comungando da idéia liberal no tocante à relação dos mesmos para com o ato de fumar e de beber.

A relação dos jovens com as drogas é uma realidade constante e aparente. E o pior, muitas vezes esse contato acontece no interior dos estabelecimentos de ensino. Temos que refletir acerca de quais métodos ou medidas podemos utilizar como educadores, para a resolução gradual desse problema. O importante é reconhecer que nenhuma medida arbitrária ou que propenda acabar imediatamente com o consumo das drogas pelos jovens, surtirá efeito. O êxito virá apenas com medidas sócio-educativas que busquem entender o perfil desses jovens e, paralelamente, que reconheçam o problema como um processo. Sim, somente numa perspectiva processual e analítica do problema, poderemos erradicar esse mal. Ninguém muda da noite para o dia, então, é necessário enfrentar o problema das drogas, sejam elas narcóticas ou etílicas, por etapas, ou seja, de maneira gradual.

È preciso entender como os jovens sentem-se atraídos pelas drogas e buscar através de uma análise, a resposta. È necessário perceber quais os motivos para o desejo do consumo se intensificar na adolescência. O componente biológico é um agente incentivador para a atração dos jovens pelos entorpecentes. Existe uma considerável produção de hormônios que incentivam a busca da recompensa e do prazer na adolescência. Além disso, existem outros fatores sócio-ambientais que incentivam o consumo. Mas esses fatores não estão intrinsecamente ligados ao poder aquisitivo ou condição social, mas sim ao perfil dos amigos e dos espaços sociais nos quais os usuários frequentam. Existem também, a curiosidade (atitude comum na adolescência) e o desejo de transgredir aos valores da sociedade e à postura autoritária dos pais.

Existem três níveis comportamentais que determinam a relação dos jovens com as drogas: o uso esporádico (experimentação que acontece uma ou poucas vezes), o abuso (também ocasional, mas excessivo, com a atitude de beber “até cair”) e o vício (esse, sim, marcado pelo uso constante. É o menos comum entre os adolescentes). O grande problema é que existe o fenômeno da criminalização, quando o ideal seria fazer um trabalho ligado ao debate franco e aliado aos conceitos de conscientização e saúde. Também é necessário ser feito um trabalho de informação sobre os tipos de drogas e suas ações, ao invés de tratar todos os tipos de drogas da mesma maneira, omitindo as diferenças mais significativas entre elas.

A abertura ao diálogo não significa ignorar normas estabelecidas, como a proibição de fumar na escola. O importante é esclarecer a determinação com argumentos lógicos e convincentes. Informação e diálogo, juntos, servirão para auxiliar no processo de combate às drogas muito mais do que com medidas extrema e meramente normativas. O jovem deve aceitar o “não” por consciência e não por punição.

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